segunda-feira, 21 de março de 2011

Doctor Dreams.

Orgulhosamente entrevistamos o músico e produtor Ganesh Toresin que nos fala um pouco sobre seu projeto musical "Doctor Dreams".

1- Quais foram seus primeiros contatos com a música? E suas primeiras influências?
Acho que todo mundo gosta de música, é difícil achar alguém que não goste, então lógico, desde pequeno eu sempre escutei muita coisa, e principalmente na adolescência eu escutava muito rap e música eletrônica (dessas de rave mesmo, psytrance, chillout, etc). E um dia voltando dessas festas eu doidão comecei a me perguntar: “Caralho né, como será que os caras fazem esse som, será que é tocado, será que é no PC?” ou seja eu não tinha a minima idéia, isso com uns 15 anos, mas comecei a fuçar uns programas tosco e em pouco tempo tava criando umas base de rap pra uma rapaziada cantar. Assim foi.
2- Quando e como nasceu o projeto Doctor Dreams?
Bom, ao mesmo tempo que eu tava montando essas bases pra galera do rap eu, lógico, tava fascinado pela parada de fazer som eletrônico e tava fazendo vários experimentos à parte. Uns meses depois eu já tinha dado o nome pro projeto, baseado na minha relação com o mundo onírico, uma par de sonhos que eu tenho até hoje que me fazem cair da cama de tão loucos que são. O projeto mesmo começou em 2003, mas o primeiro álbum se não me engano eu lancei em 2006.
3- Como você faz suas produções e que elementos vocês usa?
É um processo bem livre na real. Eu gosto de produzir mais em casa, onde eu to mais a vontade, passo um café e tal, sento na cama ou na mesinha e fico brisando. Ai depois levo pro estúdio pra mostrar pra galera, escutar umas opiniões diferentes, e finalmente fazer o trampo final da mix/master. Eu uso várias técnicas e vários elementos, tem gente que gosta por exemplo de usar só vst pra fazer a música toda, outros usam só loop, é o estilo de cada um. Eu uso de tudo um pouco. Gosto de escolher cada peça da bateria e montar na linha de tempo mesmo. Pro baixo eu uso vst intercalando com shoots e muita automação. As vezes um loop de percussão cai muito bem. Mas é uma coisa bem livre, to sempre pesquisando técnicas novas e acabo usando de tudo um pouco.
4- Quais gêneros musicais chamam mais sua atenção nos últimos tempos? E o que você ouve em casa atualmente?
Eu gosto do chamado “som cabeçudo” hehe. Traduzindo em estilos: IDM, Dub, Dubstep, Glitch, Glitch-Hop, Drum and Bass, Jungle, Steppa, Chiptune, ou seja, Bass Culture em geral e derivados diretos ou indiretos. E quando o ouvido cansa escuto jazz e blues, alias amo jazz, pra mim ainda é o estilo supremo!
5- E sobre o Dubstep? Gênero que vem ganhando mais e mais força na Europa, como você avalia esse crescimento de produtores e apreciadores do gênero?
Eu comecei a escutar falar de dubstep a três ou quatro anos atrás. Em Londres o som já existe deve fazer uns dez anos né.  Mas assim que eu escutei o som já fiz um set de uma hora só com as mais pancada! Ninguém entendeu (ou pouquíssima gente). E até ontem era meio difícil tocar dubstep em algum lugar. Eu vejo que a cena está em fase de boom total! Ano passado vários coletivos se formaram e começaram a trabalhar, um pessoal começou a produzir, outros a fazer festa e praticamente todos os estados do Brasil já tem alguém representando na cena. 2011 está sendo um ano muito produtivo pro dubstep nacional, eu posso citar alguns nomes de peso ai na produção como TomaDub do Rio de Janeiro, meu irmão Felipe Steinthaler de Curitiba, aqui em São Paulo eu aprecio muito o trabalho do Seixlack, só pra citar alguns rápidamente senão eu preencho essa página inteira, porque tem aparecido muita gente na cena. Mas podem esperar muita coisa boa ai pra 2011!
6- Como você avalia a cena do DUB/SOUNDSYSTEM no Brasil atualmente?
Olha, para ser sincero com você, apesar de sempre ter escutado dub e reggae eu desconhecia a cena de soundsystem. Eu morava em Curitiba até um ano atrás e lá tem a galera da 171 que fazia umas noites de dub, mas essa coisa de ver o pessoal tocando com vinil e um toaster pra mim é uma coisa super nova, então eu ainda não posso avaliar nada porque ainda to em fase de aprendizado. Posso sim dizer que é uma cultura linda que precisa ser mantida e respeito demais a galera que dá esse trampo.
Quais seus primeiros trabalhos já lançados? (EP/Disco)
Vou mandar já de cara a discografia com os links pra quem quiser baixar:
DOCTOR DREAMS - MEDIDA EXTREMA / SIGILO QUEBRADO (2010)

Relesead: Oct/2010
Genre: Eletronico
Style: Dubstep
Country: Brazil


Doctor Dreams - Sonhos Magnéticos (2010)
Relesead: Jan/2010
Genre: Eletronico
Style: Glitch/IDM
Country: Brazil
Source: WEB
Bitrate: 320Kbps

Link: http://www.4shared.com/file/210438097/609ab6cb/Doctor_Dreams_-_Sonhos_Magneti.html

DOCTOR DREAMS - PÁSSARO-RAIO (2009) 
Relesead: Jun/2009
Genre: Eletronico
Style: Glitch/IDM
Country: Brazil
Source: WEB
Bitrate: 320Kbps

Link: http://www.4shared.com/file/211913357/79418b95/Doctor_Dreams_-_Pssaro-Raio__2.html


HIBOTIC E DOCTOR DREAMS - MISTÉRIO DO PLANETA (2010) 
Relesead: Jun/2010
Genre: Eletronico
Style: Ambient/Glitch/IDM
Country: Brazil
Source: WEB
Bitrate: 320Kbps
Link: http://www.4shared.com/file/mYhFITwu/2010_-_Hibotic__Doctor_Dreams_.html


7- Quais os projetos em pauta atualmente? Algum novo projeto? Ou algum lançamento previsto?
Sim, alguns. Estou trabalhando no meu novo EP que vai se chamar Tropical Fieber, que é só dubstep e glitch-hop. Esse vai ser de tremer o chão! São 10 faixas sendo que 6 delas foram feitas em parceria com amigos/músicos. Uma história que eu queria fazer a algum tempo mas ainda não tinha tido a oportunidade. Esse EP ta no gatilho já, vai sair no mês de abril agora. Ele vai sair pela NOUDRAGS, que é a minha família aqui em São Paulo! Alias a galera que curte dubstep e vertentes ai que fique esperto, porque esse ano a NOUDRAGS vai colar com tudo fazendo festas e lançando material de primeira qualidade ai! Um dos projetos que estou trabalhando com eles é justamente uma mixtape com bases de dub e dubstep e uma galera aqui de Sampa e Curitiba também cantando em cima. Vai ser o creme! Mas essa é pra daqui uns dois meses ou mais.
8- Pra terminar faço a mesma pergunta a todos os entrevistados. Deixe uma mensagem para todos que caminham por esse lado mais underground da musica brasileira...
Deixo mesmo. Primeiro deixo o meu respeito e admiração por quem trampa no under. Não é fácil! Quando eu vejo alguém trampando pelo underground verdadeiramente, sem querer estrelato ou só dinheiro eu vejo que é o amor ali presente. O pessoal tem que se manter forte, continuar a luta e manter os olhos bem abertos. Focar! Tem muita gente que desvaloriza a sua cultura, os donos de casa noturna que vivem querendo passar pra trás, galera que chama pra tocar e não quer pagar, enfim, muito zóião na história. Tem que se manter firme, pesquisar de verdade, ler muito, escutar muito e realmente fazer acontecer independente das circunstancias! A galera tem que conversar mais também, estar mais aberto a novos diálogos, novas idéias, eu vejo muita gente bitolada, fazendo as coisas pela metade, mas quem é de verdade sabe quem é de mentira (como diria uma amiga)! Então corra atrás do seu porque ninguém vai fazer isso por você, e qualquer coisa o doctor tá aqui na simplicidade pra nóis trocar uma idéia, hehe.

Video clipe de Pré Historic Dub by Doctor Dreams

4 comentários:

  1. Valeu Irmão! Estamos juntos na cena nacional, espero que cresça rápido e a galera aprenda a gostar muito de Dubstep pelo Brasil. É um estilo underground, mas a galera de hoje acredito que está de saco cheio da mesmisse.

    Abraço
    Felipe Steinthaler

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  2. massa demais !!!
    somzera gana, parabens !!!

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  3. Quero mais uma vez parabenizar o Marcio e td familia que vive no underground e respira a sinceridade da música... Para estar nesse "movimento" basta manter a chama do coração acesa! BIG UP!

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